Terça-feira, 24 de Novembro de 2009

COISAS DA MODERNIDADE

 

 

                         Era tão masoquista, mais tão masoquista, ao fazer uma prótese de silicone nos seios, exigiu que a prótese já viesse com câncer de mama.

sinto-me:
publicado por cacá às 01:41
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Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009

AGORA É MODA

 

       De repente, virou moda - o casal discute, briga, se separa e quem paga o pato são os filhos. No ano passado, pai e madrasta, o nefasto casal Nardoni, se juntaram para dar cabo da vida da filha/enteada, uma garotinha de apenas 6 anos.Hoje, na zona leste, a mãe esqueceu o filho dentro do carro, estacionado próximo à empresa onde ela trabalha. Com esse calor, a criança, um bebê de alguns meses não resistiu. Enquanto isso, na zona sul da cidade, um jovem de 30 e poucos anos, classe média alta, invade o apartamento da ex-esposa., pega o filho, sobe com ele para o teto do prédio. De lá, atira a criança ao solo e em seguida se mata. A razão para essa hediondez - não estava conformado com a separação.

        Tudo bem, a alma humana tem coisas do arco-da-velha, do humano tudo  se espera. Contudo, há coisas que me deixam perplexo, sem saber o que dizer. Quando penso que atingimos o limite um fato qualquer surge para mostrar que o limite é elástico, parece inatingível. Com toda sinceridade - dá para acreditar que essa mãe esqueceu mesmo o filho no carro? Afinal, um filho é um filho, não é um celular, um lap-top, um baton. Falando nisso - e se fosse um celular ou baton, ela teria esquecido também? E que dizer de um homem, que inconformado com o fim do casamento, mata o fruto dessa relação? Dá impressão de que ele ficou com raiva do filho, a ponto de matá-lo para que esse não ficasse ao lado da mãe. Uma espécie de complexo de Édipo ao avesso, onde o pai mata o filho, por ciúme da mãe. Herodes seria considerado um santo se vivesse em nossos dias.

        Do jeito que a coisa vai, penso que aos casais - homem-mulher, homem-homem, mulher-mulher, somente seria permitido ter o primeiro após 10 anos de comprovada e contínua relação com o mesmo cônjuge. A interrupção, fosse qual fosse a razão, interromperia a contagem, fazendo que a nova iniciasse da estaca zero. Aos infratores seriam impostas as seguintes penas: a) na primeira incidência - perda do pátrio poder, pagamento de uma multa de alguns milhões de reais; b) na reincidência - perda do pátrio poder, multa dobrada e castração compulsória dos membros do casal. ...E ainda dizem que família brasileira, aquela composta pelo casal homem-mulher, vai bem. Eu, hein Rosa... a propósito - que denominativo se dá a quem mata o próprio filho/filha? Filicida? Prolicida?

       

       

sinto-me:
publicado por cacá às 23:39
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AQUI E ALI

 

    Hoje fiquei sabendo que no dia 07.11 faleceu Anselmo Duarte, ganhador da Palma de Ouro, do Festival de Cannes de 1962, com "O Pagador de Promessas". Filme singelo, narrativa tocante atinge todo o tipo de espectador. Feito há quase 50 anos, não perde atualidade, pois trata de um tema universal - a existência da fé, a crença em seres superiores a ordenar, a dar um sentido a esse mundo, onde pelejamos nós, esses degredados filhos de Eva.

        Também, hoje, descendo as escadarias do prédio, me chamou a atenção uma cena muito comum. Já devo ter visto uma centena de vezes, no entanto, hoje ela me tirou de meu roteiro.O funcionário que fazia o serviço era um jovem negro. Assim como são negros muitos dos rapazes e moças que vejo executando o que se convencionou denominar "serviços menores" - limpeza, faxina, vigilância, etc. Cento e tantos anos lá se vão da abolição da escravatura e ainda não nos livramos dela. Não sou do tipo de pessoa que acha  que a sociedade deveria indenizar cada negro brasileiro pelos males causados pela escravidão.Também não acredito que seja responsável pelos problemas do mundo. No entanto, não consigo evitar um mal estar diante de situações com a que descrevi. O fato de saber que aquele jovem, apenas e tão somente pela cor de sua pele, terá uma vida mais difícil que maioria dos jovens, me deixa incomadado e culpado. Não sei o que poderia fazer, além de lidar com o meu preconceito. A nossa felicidade depende, em boa parte, do bem estar e da  felicidade das pessoas que nos rodeiam.

        E o apagão do último dia 10, hein gente? Que coisa mais feia, que papelão, que show de incompetência das autoridades responsáveis. E até hoje, ninguém, ninguém mesmo foi capaz de apresentar uma explicação razoável para aqueles momentos de trevas. Cada cabeça, uma sentença - raios, ventos fortes, muita chuva, curto circuito, sabotagem do crime organizado - só faltou botar a culpa no E.T. de Varginha. A pior parte sobrou para a presidenciável Dilma Roussef, ex-ministra de Minas e Energia. Pois é - alguns dias antes, disse ela em alto e bom som que estavámos livres de apagões. Imagino o que aconteceria se não estivéssemos. Não se pode confiar em três coisas: previsão do tempo, juras de amor de prostituta e palavra de político. Fui...

sinto-me:
publicado por cacá às 02:33
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Segunda-feira, 16 de Novembro de 2009

COISAS DO TRABALHOII

 

         Há mais de 90 dias, um de nossos colegas de trabalho está afastado.É um rapaz de uns vinte e poucos anos, meio franzino, universitário do último ano de um curso de Sociologia. A razão para essa ausência compulsória é que nesse tempo todo, esse garoto tem sido vítima de crises emocionais envolvendo sentimentos muito intensos de depressão, pânico, medo de sair às ruas, medo de ser assassinado. Infelizmente, um quadro que já está se tornado comum em nossos dias. Volta e meia ouço falar de alguém, relativamente jovem, acometido por esse quadro sinistro.

        Na minha época, ou seja, há mais de 50 anos, a situação era outra. Éramos jovens, tínhamos problemas, tínhamos lá nossas crises existenciais. No entanto, a perspectiva era outra - enxergávamos um futuro, tínhamos uma utopia, o mundo era mais solidário, os laços familiares e de amizade eram mais fortes e seguros, as pessoas menos individualistas. E sobretudo, os valores cultivados implicavam crescimento mental e espiritual. Para nós, jovens daqueles anos, a vida podia não ser totalmente cor-de-rosa, porém, não havia em sua coloração nenhum tom cinza ou negro.

        Não sei quantos séculos tem a sociedade cristã ocidental. Não sei quantos séculos tem nosso mundo capitalista. Não sei por quanto tempo existiremos.  O que se pode esperar de uma sociedade que cada vez mais condena à morte aquilo que tem de mais precioso, sua infância e juventude? Por todos os países, pertença ele ao G4, G5,G8, G20, G30,  a infância tem sido vítima da fome, da doença. Os poucos que sobrevivem, na adolescência poderão escolher entre o banditismo, o tráfico de drogas, a prostituição ou a mendicância. Tantos séculos de progresso, de desenvolvimento tecnológico para acabar nisso? Será que valeu a pena?

        Se este mundo, tal como o conhecemos, um dia deixar de existir e se sobrar algum sobrevivente, fica aqui um apelo - por favor, pensem bem para não repetir a mesma desastrosa experiência.

       

sinto-me:
publicado por cacá às 00:34
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Sexta-feira, 13 de Novembro de 2009

COISAS DO TRABALHO

 

    Semana passada, uma colega de trabalho, em licença maternidade, resolveu levar seu pimpolho para conhecer os colegas da mãe, bem como a ambiente onde ela passará uns bons 20 ou 30 anos de sua vida. O menino, recém-nascido de alguns meses, parece não ter gostado muito da idéia. Assim que mãe e filho entraram foi aquele alvoroço:entre risinhos e votos de  boa vinda, as colegas saudaram recém genitora e, em seguida, atiraram-se na direção do menino. "Ai, que bonitinho, que coisinha fofa, que gracinha, forte não é?, pra quem ele puxou?, ele dá muito trabalho à noite?, mama bastante?" eram ouvidas aqui e ali, no meio de gritinhos e risinhos beirando à histeria.

        O esbelto infante, pouco afeito à essas demonstrações de afeto e, talvez acometido por uma crise de profunda irritabilidade com uma pequena dose de pânico, destapou um berreiro de milhares de decibéis. Mãe e avó foram incapazes de fazer aquela miniatura humana fechar a boca. Por fim, vencidas e desiludidas foram para a casa, que afinal de contas, é o melhor lugar para um recém-nascido. Chateadas e constrangidas prometeram voltar numa outra oportuniddade, quando a criança estivesse menos suscetível a esse tipo de assédio feminino.

        Deveria haver uma ongue, ou então, associação ou grupo que cuidasse do bem estar dos recém-nascidos, estabelecendo medidas para evitar que esses pobrezinhos fossem expostos à situações tão extremas. E claro, que punisse severamente esse tipo de mãe  que, em nome sei lá do quê, coloca seus pimpolhos em contato com um bando de gralhas barulhentas. Ah, esse instinto materno...

sinto-me:
publicado por cacá às 00:21
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