Pelas campinas sem fim
Voam gentis borboletas
Com suas asas sutis
Verdes, vermelhas e pretas
Oh, quem me dera ser um
Desses delicados bichinhos
Para beijar uma rosa em botão
Sem machucar meu peitão
É luz, é sol, é primavera
Da janela, subindo o muro
A rastejante hera.
Quero o perfume da rosa sorver
Antes que o dia escureça
E o idiota de um passarinho
Cague em minha cabeça.
Macia como algodão
A brisa da manhã anuncia
A estação das flores
A natureza em festa
Se entrega à delícia dos amores
Da calçada de minha rua
Em delírio, ouço o arrulhar dos passarinhos
Enquantos atolo meus pés
No cocô dos cachorrinhos.