Essa foto é de um dos espelhos d'água que há no Jardim da Luz. Me lembro que tirei essa foto, em pleno inverno do ano passado, no comecinho de julho. A tarde não estava fria, o sol que estava se preparando para deixar o dia, tingia tudo com tom meio rosa e laranja.Ao fundo, uma das paredes do prédio da Pinacoteca. O que se vê é uma parte do espelho, com suas estátuas e o chafariz, no centro. Ao fundo, à esquerda ficam um coreto, encoberto por uma figueira-benjamin enorme. Infelizmente, são invisíveis nessa foto. O jardim tá meio abandonado, mas mesmo assim, é lindo. Foi construído entre o final do século 19 e início do século 20. No seu apogeu, era o local de passeio preferido da endinheirada elite paulistana. Com o tempo, essa eleite foi mudando para a avenida Paulista, dando lugar a novos ocupantes - comerciantes de origem árabe e judia. Os judeus permaneceram no local até mais ou menos 1990, quando passaram a ser substituídos por uma nova leva de imigrantes, vindo da Coréia. Esses coreanos foram adquirindo as fábricas de confecções dos judeus, abrindo espaço para mais uma nova leva de imigrantes, os bolivianos que são explorados pelos coreanos, nas confecções que adquiriram dos judeus. E hoje o Jardim da Luz, que já foi o preferido da elite paulistana, hoje se contenta com os desvalidos do capitalismo brasileiro - bolivianos, nigerianos, nordestinos. Porém, ainda continua belo, romântico, inspirador. Em tempo - costumamos brincar dizendo que houve duas Diásporas para o povo judeu. A primeira foi a expulsão deles de Jerusalém, pelos romanos. E, a segunda, foi a expulsão deles, do Bom Retiro (onde fica o Jardim da Luz) para Higienópolis, pelo coreanos.
Quarta-feira, 31 de Dezembro de 2008
ERA O QUE FALTAVA
Bem, eu estava meditando sobre a possibilidade de haver coisas mais assustadoras que a crise financeira atual, a guer...
sinto-me: em estado de choque
música: era