Quarta-feira, 18 de Novembro de 2009

AQUI E ALI

 

    Hoje fiquei sabendo que no dia 07.11 faleceu Anselmo Duarte, ganhador da Palma de Ouro, do Festival de Cannes de 1962, com "O Pagador de Promessas". Filme singelo, narrativa tocante atinge todo o tipo de espectador. Feito há quase 50 anos, não perde atualidade, pois trata de um tema universal - a existência da fé, a crença em seres superiores a ordenar, a dar um sentido a esse mundo, onde pelejamos nós, esses degredados filhos de Eva.

        Também, hoje, descendo as escadarias do prédio, me chamou a atenção uma cena muito comum. Já devo ter visto uma centena de vezes, no entanto, hoje ela me tirou de meu roteiro.O funcionário que fazia o serviço era um jovem negro. Assim como são negros muitos dos rapazes e moças que vejo executando o que se convencionou denominar "serviços menores" - limpeza, faxina, vigilância, etc. Cento e tantos anos lá se vão da abolição da escravatura e ainda não nos livramos dela. Não sou do tipo de pessoa que acha  que a sociedade deveria indenizar cada negro brasileiro pelos males causados pela escravidão.Também não acredito que seja responsável pelos problemas do mundo. No entanto, não consigo evitar um mal estar diante de situações com a que descrevi. O fato de saber que aquele jovem, apenas e tão somente pela cor de sua pele, terá uma vida mais difícil que maioria dos jovens, me deixa incomadado e culpado. Não sei o que poderia fazer, além de lidar com o meu preconceito. A nossa felicidade depende, em boa parte, do bem estar e da  felicidade das pessoas que nos rodeiam.

        E o apagão do último dia 10, hein gente? Que coisa mais feia, que papelão, que show de incompetência das autoridades responsáveis. E até hoje, ninguém, ninguém mesmo foi capaz de apresentar uma explicação razoável para aqueles momentos de trevas. Cada cabeça, uma sentença - raios, ventos fortes, muita chuva, curto circuito, sabotagem do crime organizado - só faltou botar a culpa no E.T. de Varginha. A pior parte sobrou para a presidenciável Dilma Roussef, ex-ministra de Minas e Energia. Pois é - alguns dias antes, disse ela em alto e bom som que estavámos livres de apagões. Imagino o que aconteceria se não estivéssemos. Não se pode confiar em três coisas: previsão do tempo, juras de amor de prostituta e palavra de político. Fui...

sinto-me:
publicado por cacá às 02:33
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